sábado, 8 de janeiro de 2011

Viver para contar

Não que eu seja presunçoso, mas me considero um cara de sorte. Em menos de 5 meses de trabalho na TV tive a oportunidade de atuar em dois plantões importantes: eleição e posse. Duas experiências prodigiosas, em que a gente realmente se sente jornalista.

No dia da eleição, em especial, foi magnífico. Meu colega editor Bruno Dennis revisou comigo o texto de uma repórter, me ajudou a verificar problemas, me indicou adequações a fazer, me fez aprender a capturar o melhor da entrevista das fontes. Foi gratificante. E o agradeci.

Na última sexta-feira, entretanto, tive que dizer adeus a alguém tão importante. Denise Lauria, infelizmente, me deixou. Minha editora-chefe saiu, deixou meu coração vazio, gelado, opaco, triste... O motivo? Eu disse a ela: foi o primeiro emprego da minha vida, e ela me recebeu de braços abertos, com generosidade.

Denise sabe conversar, é jeitosa, educada, fina, e uma profissional de excelência. Deixará infinitas saudades, mas como me disse, seu ciclo terminou. Voltei do trabalho entrando em prantos. Liguei pra ela, chorei mais ainda. E depois de desligar o telefone me emocionei e chorei mais um pouco.

Tem gente que acha ridículo, mas eu não tô nem aí pra isso. Por sorte, sei encarar as pessoas com quem trabalho com respeito, profissionalismo, e, sobretudo, afetuosidade. Fui assim com ela, ela foi assim comigo. Selamos um lanço estreito de amizade, e é assim que deve permanecer.

As experiências valeram a pena. Me ajudaram, me engrandeceram. Denise deixa saudades, mas continua no meu coração e nas minhas lembranças. Guardarei os ensinamentos que deu a este jornalista tão jovem, inexperiente, mas de bom coração.